quarta-feira, 7 de novembro de 2007

sou brasileiro

E não desisto nunca. Tava falando (reclamando?) com a Val sobre o meu último infortúnio e ela, como sempre na sua eterna paciência comigo, me mostrando a luz no fim do túnel. Me confortou contando que passou pela mesma coisa quando indicaram o site pra ela pela primeira vez.

Vixe, se pra você tá sendo difícil, imagina então como foi pra mim que sou mulher, alfinetou ela. Na hora pensei comigo, vixe, imagina pra mim que sou homem então? Devo ser duplamente fracassado. Mas apenas sorri. Val tinha razão. Val tinha sempre razão.


É assim, me explicava ela, primeiro você entra no site e já de cara te desperta uma energia boa. Tipo, de que de repente pode mesmo funcionar, não foi? Concordo com a cabeça. Depois, continuava ela, você se cadastra, preenche o perfil, coloca uma foto bacana (tem que ser bacana, viu?), escolhe o cartão que mais combina com o teu estilo, e faz o seu pedido, certo? Ela olha pra mim como se estivesse explicando matemática avançada pra um moleque de cinco anos. Balanço a cabeça de novo.

Aí, você recebe os seus cartões num envelope super transado. Pô, já te deixa todo animado. Já fica imaginando mil e uma situações onde vai usar o cartão, né? Tipo, vou fazer e acontecer.

Pode continuar, te acompanho. Juro.


Só que o que você precisa se dar conta é que o cartão é uma ferramenta, um instrumento. Ele não te muda. Você é que pode mudar através dele. Através dele - fez questão de repetir. Se antes você não era o tipo de pessoa que chegava junto, dava a cara a bater, se arriscava, bom, me desculpa meu amigo, mas não vai ser o cartão que vai te transformar nessa pessoa. Sorry, mas não funciona assim.

Mas, se você já tiver passado por um momento de introspecção e chegado à conclusão de que precisa mesmo mudar seu modo de pensar e agir, aí sim, o cartão pode servir a sua função e te auxiliar nesse teu processo de melhoria interior.


Entende? Você precisa já ter se feito algumas perguntas antes. Você precisa já ter decidido mudar. Precisa querer. E se você já tiver chegado até aí, então o cartão além de facilitador desse processo, pode ser também uma força motivacional. Porque ele te abre a cabeça pra situações que você normalmente não pensaria em explorar antes. Ele te faz enxergar as pessoas que cruzam os caminhos da sua vida de modo diferente. De forma mais aberta e positiva, sabe? A mudança interna é incrível.

A minha cara de dúvida quanto a minha própria capacidade de mudar a esse ponto deve ter me denunciado. Porque antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa, Val já emendou.

Eu falei simples, Zé, simples. Não disse fácil. Eu disse fácil por algum acaso? Mas, espera só até você começar a ver a reação das pessoas quando elas recebem o cartão. Pára pra pensar um pouco, o cartão em si já é um super elogio pra outra pessoa, não é? Afinal, é alguém falando: te vi, te achei interessante, gostei de você.

Confia em mim, Zé. Ver a reação das pessoas vai fazer um bem danado pra você. Pra você, entendeu? Repetiu apontando pra mim. É um daqueles lances do bem que te faz bem, saca?

É, eu tinha sacado.


UM BEIJO, MULHER. ESSA FOI ESPECIAL PRA VOCÊ, OBRIGADO!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

confesso: amarelei


É verdade, não consegui. Apesar de todo o discurso de não esperar, de agir, de acreditar na orientação dos sinais - não consegui dar esse passo pra frente. Nem mesmo com a ajuda de São Jorge.

Por diversas vezes tive vontade, a mão ia em direção ao bolso onde estava o cartão ("você é a melhor coisa que me aconteceu hoje" Pô, que mulher que não iria gostar de receber um elogio desses?), mas na última hora sempre recuava. Sabe aquela dança descoordenada, tipo vai, eu vou, volta, tô indo, não fui? É, você sabe sim, o braço faz uma coreografia doida, é um tal de cruzar os braços, descruzar os braços, passar a mão no cabelo...êêê...Macarena!

É, não foi naquele dia. Fico falando pra mim mesmo que faltou a oportunidade certa, mas o que faltou mesmo foi coragem. Pra você ver, teve uma morena que veio caminhando assim na minha direção, parou na minha frente, me olhou nos olhos, e com uma voz sexy falou... ô, será que você poderia estar saindo da frente pra eu poder estar fazendo o meu pedido no bar??

Eu sei, eu sei, estou brincando, tentando utilizar humor pra diminuir um pouco a minha frustração pela falta de atitude. Assumo, não nego. Tudo bem que ela não era exatamente meu tipo. Mas, e daí? Teria tentado, arriscado, praticado, e quem sabe, ficado.

Com certeza não teria ido pra casa mais cedo, sozinho.