quarta-feira, 31 de outubro de 2007

salve jorge

É hoje.

Coloquei o meu cartão GosteideVocê no bolso da camisa pólo azul marinho, a que o meu Timão sempre ganha quando eu visto (eu sei, é verdade, faz tempo que eu não tenho vestido ela...mas esse não é o ponto, não vamos perder o foco, ok?), e fui me encontrar com o pessoal num barzinho na vila Madalena.

Salve Jorge, é o nome do bar. Referência a São Jorge, muito apropriado pra minha missão. Afinal, São Jorge é guerreiro, espada. E a propaganda no site deles ainda confirmava: é hoje.

Apinhado de gente, aquela vibe no ar...é hoje, é hoje, é hoje, eu fico repetindo pra mim mesmo como um mantra.


- e aí, cara!
- ..é hoje, é hoje...
- oi? que foi que disse?
- uh.. é... é longe... é longe aqui, né?
- ...monge? é não é lugar pra monge aqui não... tá cheio de mulher!


Acho que foram essas conversas profundas de bar que me fizeram despertar essa vontade de sossego. Mas com companhia, é claro. Contradição de novo? É, sou um ser complexo e multifacetado.

Mas uma coisa meu amigo tinha acertado: tava cheio de mulher. Liguei meu scanner no modo “puxa que interessante o papo” enquanto meu olhar varria o bar de ponta a ponta. “..eu disse L-O-N-G-E ...distante...”

E, lá estava ela. Com certeza ela era "a melhor coisa que me aconteceu hoje". Num daqueles vestidos floridos, soltos, meio esvoaçantes, daqueles que te fazem agradecer por viver num país tropical, sabe? Dava pra ver que ela tinha um corpão, mesmo naquele vestido que insistia em não marcar a forma dela, dava pra ver... ou imaginar. Cabelo castanho claro, solto, levemente ondulado. Um sorriso lindo. Lindo, lindo o jeito dela sorrir.... pro namorado. Ahhhh...tudo bem, tudo bem. Não era pra ser com essa. Pensando bem ela tinha jeito de quem ronca, não ia dar certo mesmo.


- ...latejante? Ei, nem chega perto de mim com nada latejante, hein? HAHAHAHAHA!!!
- distante, eu disse distante seu filho da p...
- ...vai uma cervejinha aí, patrão?

domingo, 28 de outubro de 2007

chegou

Tátáráráá...... CHEGOU!!! Recebi agora a pouco um envelope muito bacana com os meus 11 cartões do site GosteideVoce. O envelope em si já é super legal e diferente, estilizado, com uma etiqueta personalizada e tudo mais. Esses caras realmente se deram ao trabalho de prestar atenção nos detalhes. Seguem por aí as boas vibrações.

Por isso que eu acredito em seguir o nosso feeling. Desde o começo estou sentindo uma energia muito positiva nesse processo. E receber esse envelope hoje, dessa forma, nesse capricho, só me faz acreditar mais em sinergias e sinais. Sabe, eu fico imaginando que em algum lugar, alguém ficou pensando em uma maneira de ajudar as pessoas a se conectarem, se conhecerem. Ok, é um business? É, claro que é. Mas não é bomba nuclear, nem pistola automática ou fábrica de carvão. É alguém, alguma empresa falando "Olha, esse mundo tá uma loucura, uma correria desenfreada e se nós não pararmos pra lembrar desse laço humano que nos une a todos, a vaca vai pro brejo!". Ok, ok, talvez não usem essas palavras, mas você me entende.

Tá, o envelope é maneiro, concordo. Mas, e o cartão? Como é que é o cartão?

Escolhi um que tem uma frase muito bacana: “Você é a melhor coisa que me aconteceu hoje.”
Legal... É, o que eu posso dizer? Tenho um lado romântico em mim. E a frase casou bem com o tipo de sentimento que geralmente me toca quando me interesso numa garota. Havia outras frases, diferente modelos, mas foi com esse que me identifiquei. Foi nesse que eu senti o meu futuro se abrindo. Sinais, lembra?

sábado, 20 de outubro de 2007

segundo fernanda young

Então, sabe quando você, por estar com algo na cabeça, começa a ver esse algo em todo o lugar? Pois bem. Esse lance do encontro inesperado, entregue ao acaso, mão do destino e tudo mais que se tem direito, é tudo muito forte. E, se você prestar atenção, também vai começar a enxergar. No metrô, na fila do cinema, no ponto de ônibus, no elevador... PIM! De repente, aparece. Assim, meio que do nada. E é bom estar preparado pra não gaguejar na hora.

Mas, espera aí, para tudo, puxa o freio de mão! Como é que você se prepara pra algo assim? É verdade, não dá. Impossível pela própria natureza do inesperado. O que você pode fazer, no entanto, é ter essa ciência, a sapiência (gostou?) de que pode, eu disse pode, acontecer algo. Porque ao reconhecer essa verdade óbvia, teu sistema fica de sobre alerta. Na hora da verdade, pode até rolar aquela quentura no rosto, a mão pode suar, pode até inclusive gaguejar. Mas aí, em vez de seguir o reflexo medroso de se contrair, o coração abre espaço pra coragem florescer e tomar posse do momento.


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

pim!


14 segundos, foi o tempo. 5 centímetros, a distância. 7 horas, 33 minutos e 48 segundos, foi o quanto durou o perfume dela na minha memória.

O elevador subia. 1º... 2º... parou e ela entrou. Ou melhor, entrou o perfume dela primeiro. Depois veio ela. Lá, lá, lá... aquele leve desconforto quando duas pessoas estranhas são confinadas num espaço pequeno e fechado. Você fica meio que sem saber pra onde olhar, a outra pessoa olha o relógio, e você, por reflexo, quer olhar pro seu, mas fica chato copiar então você olha pro teto. Puxa, que interessante esse teto, tem uma luz diferente, uma engenharia...PIM... a porta se fecha.... 3º... 4º....

Não dá, não vou conseguir aguentar. Disfarço um torcicolo e olho pra ela. Nossa, o cabelo, a boca, é, ela é bem o meu número. Sabe, aquele número, "perfect fit"? Que encaixa certinho num abraço? Pois bem, esse número. Ela percebe o meu olhar e olha pra mim. E meu reflexo medroso, mais rápido do que a minha recém adquirida coragem de enfrentar o mundo, desvia o meu olhar, faz a minha mão massagear a nuca. Uhm, acho que dormi de mal jeito.

5º... 6º.... o meu é o 15º. Ela, apertou o 17º. Olho de novo, determinado a não me acovardar. Ela olha, eu olho, desvio, olho de novo, de novo ela olha, eu olho pro chão. Meu Deus, que calor! Sinto como se tivesse um maçarico no meu rosto. Começo a suar, a boca seca, o coração palpitante, e a mão, aonde eu ponho a mão?? 9º...10º....11º...

E agora? Já é tarde pra dizer oi, boa tarde. Eu falo o que agora? 5 centímetros me separando dela, uma vontade louca de sentir o perfume dela mais de perto e... é, esse teto é incrível, estupenda a maneira como a luz reflete no... 12º....13º.....

Já sei! Já sei, vou perguntar... Pueiraaaaaa, Pueiraaaaaa...levantô pueira....ah não, não acredito, isso é hora de tocar o celular??? Putz, eu sabia que devia ter mudado esse toque. É, pois é, Ivetinha...não, não fui eu que coloquei, coisa da minha irmã...Alô, alô?? Não, não, não meu senhor, é engano. Engano!

PIM...15º !

domingo, 14 de outubro de 2007

two little birds


Acordei cedo hoje. Domingo de feriado prolongado e acordei cedo. Mas, sabe como é aquele acordar que vem naturalmente? Sem esforço ou vontade de continuar no sonho? Aquele que desperta junto dele uma certa paz por ter sido na medida exata?

Pois bem, foi assim. E, antes que o barulho dos meus próprios pensamentos pudessem abafar esse sentimento de paz e quietude, calcei meu tênis e fui correr um pouco pela vizinhança.

Não sei bem quantas horas (minutos?) ou quilômetros (metros?) havia percorrido quando tive que parar um pouco pra recuperar o fôlego. Respiração pesada, suor escorrendo pela testa e apenas uma brisa tímida refrescando o rosto. Foi aí que vi. Alí, no alto, em meio as nuvens bocejantes, dois passarinhos cruzando o céu. Disse dois, não era um, nem cinco, muito menos dez. Dois, que fique claro. Ok, eu sei, mesmo em uma cidade como São Paulo e mesmo nos dias de hoje, isso não é nenhum milagre (ainda bem!). Mas, justamente pelo fato de serem só dois e voando em perfeita sincronia, eu não sei, alguma coisa clicou dentro de mim.

Algo me dizia que a minha vida não seria mais tão sozinha. Que eu teria aquela dança, aquele nível de entendimento, aquela absoluta sincronia de vontades. Enfim, que eu podia também. Os mais céticos poderiam dizer que aquilo não era um sinal, que eu estava simplesmente projetando um desejo. E, você quer saber? Eles estariam certos, provavelmente. O problema com os céticos, porém, é que eles estão sempre certos. Mesmo quando estão errados.

Mas não é culpa deles. A culpa é sempre sua quando a voz do outro é mais alta do que a que grita dentro de você. E eu só sei, que nessa manhã, minha voz era soberana.

sábado, 13 de outubro de 2007

será que conta?

É que estou esperando. Espero pelos meus cartões que pedi no site GosteideVocê. Sei que disse que não ia esperar por mais nada, mas é diferente, não é? Afinal, já tomei a decisão de agir, já fiz algo, me cadastrei. Espero pelos meus cartões agora como quem espera na fila da montanha russa. É, não acho que conta como esperar. Não pelo menos da maneira que estava esperando. Entorpecido, adormecido, com o coração subnutrido.

Sei que um site não pode mudar a minha vida magicalmente. Juro, não espero por isso. Mas, o que já mudou em mim foi a maneira de pensar, de encarar as coisas. Receber os cartões vai ser mais um símbolo, um marco de um novo momento na minha vida. A mudança interna, essa já começou.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

o sinal

Há! Deus escreve certo por e-mails tortos. Recebi o seguinte e-mail da Val hoje à noite:

“... e se eu tiver que passar mais um happy hour escutando as suas lamúrias sobre nascer e morrer só, eu juro que nunca mais apareço num desses. Hellowww.... o nome do negócio é happy hour... ênfase no HAPPY!!!...

Bom, puxadas de orelhas a parte, fato é que ela estava me passando um convite pra entrar num site. É, tem que ser convidado pra entrar, chique no úrtimo: gosteidevoce.com.br

Munido daquela não-tenho-nada-a-perder atitude, cliquei no link. Uhm.... good vibrations... gostei da cara do site... de repente podia me ajudar mesmo... peguei e me cadastrei. É "de grátis" mesmo, pensei.

Ok...perfil preenchido... informei o endereço de casa mesmo pra receber os cartões. Cartões? É...o lance funciona num sistema de cartões. Diferente, né? Mas você não vai entender direito até ver por si mesmo (pra maiores explicações de como funciona, é só entrar no site). A verdade é que a idéia é boa e simples ou boa por ser simples. Anyway, merece a tentativa. E depois, eu pelo menos, não discuto com sinais.

espero

...e espero.

domingo, 7 de outubro de 2007

última contradição

Chega. Chega de esperar. A cada minuto que passa, minha vida encurta. Encurtam também as minhas esperanças, sabe? Mas digo isso como algo positivo. Porque essas, que insisto em carregar, ou melhor, insistia, provém de esperar e não de esperançar.

Cansei, cansei de bancar o coitado, de me fazer melhor do que sou pra que os outros me notem, pra que validem a minha própria existência. Não dá mais. Daqui pra frente, uma nova busca, um outro caminho a seguir. Um caminho com mais fé em mim mesmo, nas minhas habilidades e sentimentos. Sim, nós nascemos e morreremos sós. É fato, não discuto. Mas não quero mais ser tão solitário no intervalo desses dois pontos. Quero um pouco de companhia pra minha solidão.

E assim, com a alma decidida, e meio que em um último gesto de auto contradição, peço ao destino um sinal, alguma forma de confirmação de que o caminho escolhido é certo, que o momento é propício a mudanças, que em mim encontrarei a força necessária pra tanto. E espero. Jurando pra mim mesmo que é a última vez que esperarei por algo.

Contradição? É... já assumi, não assumi? Pois bem, sou um ser complexo e supersticioso.