domingo, 14 de outubro de 2007

two little birds


Acordei cedo hoje. Domingo de feriado prolongado e acordei cedo. Mas, sabe como é aquele acordar que vem naturalmente? Sem esforço ou vontade de continuar no sonho? Aquele que desperta junto dele uma certa paz por ter sido na medida exata?

Pois bem, foi assim. E, antes que o barulho dos meus próprios pensamentos pudessem abafar esse sentimento de paz e quietude, calcei meu tênis e fui correr um pouco pela vizinhança.

Não sei bem quantas horas (minutos?) ou quilômetros (metros?) havia percorrido quando tive que parar um pouco pra recuperar o fôlego. Respiração pesada, suor escorrendo pela testa e apenas uma brisa tímida refrescando o rosto. Foi aí que vi. Alí, no alto, em meio as nuvens bocejantes, dois passarinhos cruzando o céu. Disse dois, não era um, nem cinco, muito menos dez. Dois, que fique claro. Ok, eu sei, mesmo em uma cidade como São Paulo e mesmo nos dias de hoje, isso não é nenhum milagre (ainda bem!). Mas, justamente pelo fato de serem só dois e voando em perfeita sincronia, eu não sei, alguma coisa clicou dentro de mim.

Algo me dizia que a minha vida não seria mais tão sozinha. Que eu teria aquela dança, aquele nível de entendimento, aquela absoluta sincronia de vontades. Enfim, que eu podia também. Os mais céticos poderiam dizer que aquilo não era um sinal, que eu estava simplesmente projetando um desejo. E, você quer saber? Eles estariam certos, provavelmente. O problema com os céticos, porém, é que eles estão sempre certos. Mesmo quando estão errados.

Mas não é culpa deles. A culpa é sempre sua quando a voz do outro é mais alta do que a que grita dentro de você. E eu só sei, que nessa manhã, minha voz era soberana.

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